terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Contemple a vida!

 
 
 
"Se me perguntares se sou feliz, a partir desse momento não serei mais...


Parece estranha essa afirmativa, mas é a pura verdade.
A felicidade não tem que ser questionada. Tem que ser contemplada. Quando entro no estado de contemplação, há o reconhecimento, a gratidão a serenidade. Quando questiono, tiro conclusões racionais, lógicas, comparativas...
 
Vamos contemplar mais a vida...percebamos o que de lindo ela tem a nos dar à cada minuto."
 
Walter Hassin
  
 
 
 
FONTE:


“DESTINO...AZAR...OU ALTO BOICOTE?”



Sonhos... desejos... metas...
Todos temos, porém muitas vezes na hora tão esperada de conseguir o que se quer, o inusitado acontece e a oportunidade escorre entre os dedos.

Sabe aquelas situações em que sempre algo dá errado exatamente quando a chance aparece? Quem não conhece alguém que se atrasou justamente para uma entrevista importante de emprego ou se sentiu mal logo no dia de um esperado encontro romântico?Porque será que isso acontece? Destino? Ou será que alguma questão psicológica boicota a pessoa na realização dos seus sonhos? Você de alguma forma se identifica com isso?A ansiedade elevada na véspera de conseguirmos algo muito desejado é natural, ela pode nos paralisar momentaneamente e é importante nos darmos conta e aprendermos a lidar com isso.

O problema surge quando se torna um padrão, se repetindo em situações semelhantes e impedindo a pessoa de alcançar seus objetivos. O sujeito se encontra sempre na posição de sonhador e quando há uma possibilidade real de mudança, ou seja, de se tornar um realizador, algo acontece que o coloca novamente na posição anterior.Fatores externos podem acontecer, mas do ponto de vista psicológico a pessoa pode estar se boicotando e não perceber isso claramente.Muitas vezes os comportamentos de boicote pessoal estão fundamentados na baixa autoestima e nas crenças construídas decorrente disso.

Por algum motivo, como por exemplo, experiências anteriores ruins ou críticas recebidas em excesso, a pessoa no fundo não acredita no seu potencial e que merece aquilo que tanto deseja. Isso não é um pensamento claro, mas está ali na espreita e pode se apresentar na forma de ideias pessimistas do tipo “não vai dar certo mesmo”. Quando isso acontece a pessoa, muitas vezes sem perceber, se desvia daquilo que deseja, não enxerga as oportunidades ou não consegue aproveitá-las.

Outra possibilidade de boicote é quando a pessoa já entra em situações com grandes chances de insucesso, o que reforça ainda mais a crença construída. É o caso de mulheres que geralmente se envolvem com homens comprometidos e esperam que a história de amor dê certo. O que normalmente acontece é a mulher se frustrar e reforçar a sua crença equivocada de que um bom amor não é uma possibilidade real para sua vida.O processo de mudança é fundamental o autoconhecimento.

A terapia é o mais indicado para esses casos de constantes boicotes, pois ajudam a pessoa a olhar para os seus “fantasmas” e entender como eles interferem na sua vida. Só a partir disso é possível desconstruir falsas crenças e fazer as verdadeiras mudanças para uma existência melhor.

À medida que nos conhecemos temos a oportunidade de entrar em harmonia com os nossos desejos e finalmente nos permitir o sucesso, nos libertando de crenças que nos aprisionam e ganhando mais autonomia sobre a nossa vida.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

"TPN" - Tensão Pré Nupcial


Onde será a festa? Quem serão os padrinhos? Como será o vestido da noiva e a roupa do noivo? Qual será o cardápio da festa? Onde será a lua de mel? Ufa… quanta coisa! Além do desgaste com os preparativos para o grande dia, o casamento gera uma mudança significativa na vida dos noivos, pois traz a realidade de uma vida independente e com muitas responsabilidades. Assim como em toda fase de mudança, a fase Pré Nupcial envolve situações de estresse e de ansiedade. O estresse é uma reação natural do corpo a fatores estressantes, como mudanças constantes. Já a ansiedade está ligada à preocupação com o futuro “será que tudo sairá da maneira como planejei?”.

O ideal é que os noivos tenham o máximo de diálogo possível e que as decisões sejam tomadas em conjunto. Em muitos casais há divisões de tarefas: o noivo cuida da parte financeira (razão) e a noiva cuida dos detalhes da festa (emoção). Mas toda divisão de tarefa pode gerar a auto cobrança elevada em dar conta do recado de forma perfeita, que, com certeza, levará a sintomas de ansiedade.

Alguns sintomas da Tensão Pré Nupcial são: nervosismo, dificuldade para dormir, pesadelos, roer as unhas, aumento ou diminuição do apetite, sensibilidade e pensamentos pessimistas. Nesta fase pode haver conflitos de diversas naturezas, gerando distanciamento entre o casal.

Para ajudar a passar mais tranquilamente por essa fase é interessante que os noivos procurem a ajuda de um psicólogo que ajudará o casal a ampliar o conhecimento que a cada um tem de si, entender as causas do problema e encontrar maneiras de enfrentar as dificuldades envolvidas nessa fase.


E lembre-se sempre que: “o objetivo do casamento não é escolher o melhor par possível mundo afora, mas construir o melhor relacionamento possível com quem você prometeu amar para sempre.”

terça-feira, 5 de julho de 2011

Transtorno do Pânico/Síndrome do Pânico

O que é o transtorno do pânico?

O transtorno do pânico não se trata de uma "fraqueza emocional" como muitas pessoas imaginam. É uma doença grave e incapacitante que traz sérios danos à vida de seus portadores.


Ocorre sob a forma de crises súbitas e inesperadas, que podem incluir os seguintes sintomas:

 Dispnéia ou sensação de asfixia
 Vertigem, sentimentos de instabilidade ou sensação de desmaio
 Palpitações ou taquicardia
 Tremor ou abalos
 Sudorese (suor excessivo)
 Sensação de sufocamento
 Náuseas ou desconforto abdominal (alteração intestinal)
 Despersonalização ou distorções de percepção da realidade
 Anestesia ou formigamento
 Ondas de calor ou calafrios
 Dor ou desconforto no peito
 Sensação de morte iminente
 Medo intenso de enlouquecer ou cometer ato descontrolado


Por que ocorre?

O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios (células do sistema nervoso). Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo (ex.: andar, pensar, memorizar, etc.).

Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando e preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existe. É como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em horas totalmente inapropriadas. No caso do transtorno do pânico os neurotransmissores que se encontram em desequilíbrio são: a serotonina e a noradrenalina.


O transtorno do pânico é um problema sério?

O transtorno do pânico é considerado um problema sério de saúde, que acomete 1,5% a 3% da população mundial. No caso das mulheres, os estudos revelam que elas apresentam duas a quatro vezes mais chances de ocorrências que os homens. Além disso, temos de destacar a significativa presença de uma propensão genética ao transtorno, uma vez que observamos, de forma nítida, maior incidência do transtorno entre pessoas cujas famílias possuem descrições de casos semelhantes.

Há muito que o transtorno do pânico deixou de ser um diagnóstico de exclusão. Hoje, mais do que nunca, há necessidade de um diagnóstico de certeza para tal entidade clínica.

As pessoas portadoras deste mal costumam fazer uma verdadeira "via-crucis" a diversos especialistas médicos (doctor shopping) e após uma quantidade exagerada de exames complementares recebem, muitas vezes, o patético diagnóstico do "NADA", o que aumenta sua insegurança e seu desespero.

Por vezes, esta situação dramática é reduzida a termos evasivos como: estafa, nervosismo, estresse, fraqueza emocional ou "problema de cabeça". Isto pode criar uma incorreta impressão de que não há um problema de fato para tal patologia.


Qual a população mais atingida?

Os portadores do transtorno do pânico, em sua maioria, são pessoas jovens (entre 15 e 30 anos de idade), que se encontram na plenitude de suas vidas profissionais, o que não exclui a ocorrência em qualquer faixa etária.

O perfil da personalidade das pessoas que sofrem do transtorno do pânico costuma apresentar aspectos em comum: geralmente são pessoas extremamente produtivas em nível profissional, costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidade e afazeres, são bastante exigentes consigo mesmos, não convivem bem com erros ou imprevistos, têm tendência a se preocuparem excessivamente com problemas cotidianos etc. Esta forma de ser acaba por predispor estas pessoas a situações de estresse acentuado, fato este que pode levar ao aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro, desencadeando assim um desequilíbrio bioquímico e, consequentemente, o aparecimento do transtorno do pânico.

Outro fator importante no surgimento do transtorno do pânico é o fator hereditário (genético), uma vez que ele ocorre com maior frequência em familiares com história positiva para tal patologia.

Vale ressaltar, ainda, que alguns medicamentos como anfetaminas (usados em dietas de emagrecimento) ou drogas (cocaína, maconha, crack, ecstasy etc.) podem aumentar a atividade e o medo, promovendo alterações químicas que podem levar ao transtorno do pânico.


Existe tratamento para este tipo de problema?

Existe uma variedade de tratamentos para o transtorno do pânico. O mais importante neste aspecto é que se introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa primeira etapa. Isto pode ser feito através de medicamentos seguros e que não produzam riscos de dependência física dos pacientes.

Numa segunda etapa temos que preparar o paciente para que ele possa enfrentar seus limites e as adversidades vitais de maneira menos estressante. Em última análise, trata-se de estabelecer junto com o paciente uma forma de viver onde se priorize a busca de sua harmonia e equilíbrio pessoal. Uma abordagem psicoterápica específica deverá ser realizada com esse objetivo.


Qual a probabilidade de cura?

O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do paciente com o mesmo. É importante que a pessoa que sofre de transtorno do pânico entenda todas as peculiaridades que envolvem este mal e queira fazer uma boa "aliança terapêutica" com seu médico, no sentido de juntos superarem todas as adversidades que poderão surgir na busca do equilíbrio pessoal.


O transtorno do pânico pode levar a morte?

Um ataque de pânico é um período inconfundível, de imenso medo ou temor, que atinge o ápice (pico) em dez minutos, e costuma se estender por um total de 40-50 minutos. Ele se constitui em uma das situações mais angustiantes que uma pessoa pode vivenciar.

Durante a crise o paciente não corre o risco de sofrer de um ataque cardíaco ou morrer, embora seja impossível para ele acreditar nisso no momento da mesma. Os prejuízos causados pelo transtorno do pânico modificam toda a existência do paciente, trazendo problemas nos seus relacionamentos interpessoais, principalmente os de caráter afetivo e profissional. Cônjuges, amigos e parentes não reconhecem mais a pessoa que antes se mostrava jovial, produtiva, destemida, ao se depararem com alguém dominado pelo medo.

A falta de diagnóstico precoce e tratamento adequado podem fazer com que, gradativamente, o medo e a ansiedade causados pelas crises tomem proporções tais, que seus portadores tornem-se incapacitados para dirigir, frequentar determinados locais (bancos, shoppings etc.) ou mesmo sair de casa. Esta situação de ostracismo forçado pode levar o paciente ao desespero e a pensar em suicídio como opção de acabar com todo esse sofrimento.

Matéria escrita por Ana Beatriz Barbosa Silva (médica psiquiatra e escritora)

 

terça-feira, 10 de maio de 2011

Elogie do Jeito Certo

"Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante[1]. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.
O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada criança.
O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.
Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de consequência.
As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.
A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”. As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obterem a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.
No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.
Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram... você é solidária”, “isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu videogame foi muito legal, você é um bom amigo”. Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.
Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que linda você é amor”, “acho você muito esperto meu filho”, “Como você é charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.
Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.
Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa".





Texto de MARCOS MEIER, mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante.
Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Complexo de Cinderela


Quem nunca ouviu a bela história da Cinderela? E qual menina, ou mulher, nunca sonhou em ser uma princesa como ela?
Esse sonho de ser uma princesa, amada, com uma vida aparentemente perfeita é tão comum que acabou se tornando em muitos casos um complexo, conhecido como “Complexo de Cinderela”.
Algumas pessoas acreditam que o Complexo de Cinderela seja um efeito colateral de quem assiste novelas, lê muitos romances, e acaba por fazer exigências em excesso quando se trata de amor, pois acredita que vai achar a sua cara metade, a tampa da sua panela, o seu príncipe encantado. Dentro disso, não podemos dizer que a culpa seja do Silvio de Abreu, Manoel Carlos ou do fabricante da Barbie, mas sim que seja algo estrutural.
O ser humano é o ser da falta. Um ser incompleto em todos os aspectos, inclusive o afetivo, porém todos nós crescemos pensando e buscando alguém/algo que nos completará.
Essa busca já se inicia na infância, quando fantasiamos, por exemplo, que o nascimento de um irmão suprirá essa falta. Depois buscamos um amor com quem desejamos “viver a vida toda”. “Viver a vida toda? Bem não era bem esse, e nem esse, e nem aquele!” E por ai vai... pulando de amor em amor, lamentação em lamentação, gerando desta forma uma queixa eterna.
É comum ouvir pessoas dizendo - “Ah, mas nada é perfeito!” – sempre se lamentando com o que possuem. 
A felicidade não é o simples fato de se conformar com o pouco que tem. Ser feliz é coisa de outra ordem. Uma forma de felicidade é saber, de fato, que nada é perfeito. É ouvir o que dizemos. É nos levarmos a sério sem perder a leveza.
A paixão, nada mais é do que um convite ao outro para atingir a completude, a perfeição, sempre inalcançados quando sozinhos. Para ser mais exato, uma perfeição que sequer existe. Desta forma, a paixão se torna também, um convite à frustração.
Quando nos apaixonamos, colocamos no outro tudo aquilo que supomos nos completar, deixamos o outro completo. Como essa completude não existe, um dia esse outro acaba se despedaçando, ou melhor, se mostra como ele sempre foi. E aquilo que deveria ser óbvio, acaba virando novidade.
Neste ponto faz-se necessário elaborar o luto pela morte daquele amado idealizado, e a partir da desconstrução ou ideal do outro, ou pelo menos parte dele, permitir que o amor (verdadeiro) nasça do luto.O mais indicado é confrontar com a verdade, ou seja, identificar os sentimentos, encarar o conflito e assim, reconhecer o desejo de ser protegida e cuidada, mas reconhecendo ainda mais sua força e consciência do que é realmente capaz de realizar. Mesmo as mulheres que dizem sentir-se bem cuidando de si mesmas, justificando que não precisam de ninguém, podem apenas estar mascarando seus mais profundos sentimentos. Afinal, quem não deseja que alguém cuide de nós? Quem não deseja colo? Ou seja, todas nós somos um pouco Cinderela. Mas nem por isso devemos permitir abrir mão de nossos sonhos, por mais esquecidos que estejam.
Bem, então temos dentro de nós uma cinderela e para isso vamos beijando tudo quanto é sapo em busca de alguém lindo, educado, de boa família e, de quebra, rico (porque nunca ouvi ninguém dizer que sonha com um feio, mal-educado e pobre, você já?), ou nos iludindo com sapos disfarçados mesmo que para isso tenhamos que nos sujeitar a uma vida medíocre e infeliz.
Acredito que a falta de conhecimento de nós mesmas nos leve a passar por inúmeras situações que não merecemos. Queremos tanto achar um príncipe perfeito (e existe?) que acabamos por deixar que a Cinderela na verdade seja a gata borralheira pra sempre. Ali, ao lado, do "príncipe" e, talvez, infeliz para sempre.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Saber envelhecer


Tudo começa com um simples cabelo branco, mas aos poucos, eles vão se tornando cada vez mais abundantes, as rugas insistem em aparecer, e a saúde já não é a mesma, com isso surge a necessidade de se aposentar. Logo, um amigo querido ou alguém da família falece, enfim a vida mudou, o tempo passou e nada mais é da mesma forma. Se você se identificou com isso, parabéns entrou na terceira idade, agora, se isso ainda não faz parte do seu contexto atual de vida, se prepare, pois querendo ou não, todos nós iremos envelhecer um dia, e passaremos por todo esse processo.
O idoso passou parte da sua vida desempenhando diversos papéis como filho, estudante, amigo, pai, profissional, além de inúmeros outros, e nessa fase encontra-se sem essas ocupações, gerando deste modo um sentimento de inutilidade, esquecendo-se de que envelhecer é a própria existência se constituindo. Enquanto envelhecemos, vamos sendo, vamos ENVELHE-SENDO e na medida em que somos, envelhecemos.
É muito comum encontramos nas falas de idosos expressões como, medo da morte, de ficar sozinho, de ser um peso para seus familiares, enfim, vivenciam o medo em suas vidas o tempo todo. Porém, esses medos precisam ser desmistificados, elaborados, para que desta forma possam enfrentá-los. 
Muitas vezes o idoso lança mão de mecanismos como a negação para lidar com a angústia, tentando adaptar-se à nova situação que lhe parece insuportável, outras vezes tem consciência de suas perdas, do seu conflito, da sua dor e vai restringindo seu campo psicológico e de ação, isolando-se, embalado por sua solidão, deixando de viver situações novas que poderiam ser prazerosas e construtivas. Desta forma, ele acaba se afastando dos contatos sociais, festas, reuniões, relacionamentos afetivos e sexuais, identificando-se com o seu suposto agressor, a velhice.
Saber usufruir de todos os momentos de lazer, a interação social e o desenvolvimento de hobbies e interesses diversos colaboram para que a mente mantenha-se ativa e saudável. Deste modo, para manter uma vida saudável na terceira idade, é necessário que o idoso dedique-se a atividades que lhe dêem prazer, como uma pintura, exercícios físicos, uma visita a um velho amigo, uma viajem, enfim, algo que lhe proporcione um bem-estar e lhe traga uma motivação para aproveitar essa nova fase.
Se já não possui a vitalidade da juventude, por outro lado tem o conhecimento adquirido através das experiências ao longo de toda uma vida. A partilha desses conhecimentos com as novas gerações proporciona ao idoso a possibilidade de manter-se  integrado à sociedade. Esta integração é de suma importância para o idoso, uma vez que um de seus maiores prazeres consiste em relatar fatos acontecidos em sua vida e perceber que as pessoas que o cercam dão-lhe a atenção devida.
Todos nós envelheceremos. Apenas aqueles que foram retirados prematuramente da vida não o farão. O medo de envelhecer está presente para todos, como a dor de existir. Mas podemos lidar melhor com ele, podemos aprender. Experimentando a serenidade interior com o que temos, a gratidão pelas coisas que nos cercam e nos propiciam alegria e bem-estar, valorizando as emoções positivas que são benéficas.
Viver implica em manter-se num processo de aprendizagem eterno, e como diz a minha avó: "Quando eu morrer, não terei aprendido nem metade do que eu gostaria de saber..."